Donald John Trump. Nascido em 14 de junho de 1946 é o quadragésimo sétimo presidente dos Estados Unidos da América e que assumiu o posto na última segunda-feira, dia 20 de janeiro de 2025 com uma série de propostas polêmicas e com seu jeito pragmático de governar que o transforma em uma incógnita permanente.
Amigo leitor, a vida é um eterno aprendizado e aprendemos de maneiras improváveis e uma simples conversa pode nos dar um insight gigantesco que pode nos mostrar coisas que não percebemos quando falamos de imigração. Essa foi uma das principais pautas da última campanha eleitoral.Trata-se de um assunto dos Estados Unidos e algo importante é que as perguntas são, na maioria das vezes tão ou mais importantes do que as respostas. Conversando com meu amigo Vinicius sobre essas coisas ele pega e me pergunta: “A China, pode superar os EUA”?
Quando olhamos para a China como país e sua postura, ela é hoje um protagonista geopolítico e econômico e que tem um sério problema: a sua política do filho único reduziu a natalidade no país e hoje sua população além de estar envelhecendo rapidamente também está encolhendo, mesmo após as flexibilizações e medidas de incentivo à natalidade, assim como no resto do mundo.Hoje o índice de natalidade na China é de um filho por mulher em idade reprodutiva contra 1,57 filhos por mulher em idade reprodutiva no Brasil. O governo chinês é conhecido por divulgar dados econômicos e demográficos com certa imprecisão e isso pode sugerir que o cenário pode ser ainda mais complexo na China.
A China não é um país receptivo a imigração e possui regras rígidas em relação ao tema, nos últimos anos vêm flexibilizando as regras para receber turistas e internamente existe discussões sobre a abertura do país para imigrantes com a finalidade de ajudar a reaquecer a economia, além do problema de natalidade o país convive com a saída da população nativa que busca melhores oportunidades em outros países ajudando a intensificar o problema.
Situação diferente vive os Estados Unidos, que é um país construído por imigrantes e que apesar de se mostrar como um país restritivo à imigração, possui regras e políticas imigratórias menos restritivas que o Canadá, tido como um país que se vende como aberto a imigração estrangeira. Mas afinal, o que isso tem a ver com o Brasil?
No Brasil,de acordo com a lei vigente, um jovem pode começar a trabalhar a partir dos 14 anos como aprendiz, a partir dos 16 em regime parcial e em atividades que não coloquem segurança em risco além de não poder comprometer sua rotina de estudos e finalmente aos dezoito anos poder ser contratado como efetivo em qualquer posição e horário, de acordo com leis e regras de cada posição disponível na empresa.
Até chegar na idade economicamente ativa o jovem estuda, na maioria dos casos em escola pública, é atendido pelos sistemas da saúde público e privados e a partir de determinada idade quando começa a trabalhar então começa a construir, gerar riqueza e é aqui é que a coisa fica interessante. O acesso à informação, a falta de oportunidade no seu país é um dos fatores que impulsionam esses jovens e pessoas das mais diversas idades e formação a buscar uma condição de vida melhor em outro país. Vivemos um cenário onde os salários não sobem e adquirir um automóvel ou um imóvel transformou-se em um sonho mais distante. O crescimento da violência é mais um fator motivador para o imigrante que sonha em poder viver em um lugar seguro e ter poder de consumo. E na percepção de muitos, os Estados Unidos é um dos países que oferece essa oportunidade. O imigrante é, em sua esmagadora maioria, uma população economicamente ativa, que chega em um país muitas vezes sem nenhum pertence ou ativo de valor e que a partir daquele momento vai trabalhar, consumir e pagar impostos.
Diferentemente da China, nos Estados Unidos não existe uma discussão sobre questões de natalidade, justamente porque a população que está envelhecendo está parcialmente sendo compensada pelos imigrantes que estão chegando e começando do zero uma nova vida no país.
A perda de profissionais qualificados e pesquisadores que imigram para os países que oferecem melhores condições profissionais e bolsas de pesquisa decentes,somada a população com baixa qualificação técnica que chegam, seja como turistas ou imigrantes ilegais gera uma perda de arrecadação e cria um problema que vai além da economia. Afinal, ninguém gosta de deixar o seu lar para se aventurar em lugar desconhecido se expondo a uma série de riscos.
País que está perdendo sua população por meio de crescente imigração é um país doente, que não está conseguindo oferecer para sua sociedade as condições mínimas para que essas não abandonem seu lar em busca de realizar os seus sonhos em outro país e infelizmente é o que faz o brasileiro deixar o Brasil para se aventurar em lugares como Estados Unidos, Europa e Austrália, por exemplo.
Por outro lado, quando o imigrante consegue se estabelecer e envia dinheiro para o país de origem, de certa forma ajuda a movimentar a economia das regiões para onde esses valores são enviados e empenhados. Mas o grande vencedor é o país onde esses imigrantes estão, que trabalham em posições onde a população nativa não aceitaria trabalhar e em condições de salário e carga horárias diferentes do que habitualmente estão acostumados. Politicamente falando, a imigração ilegal é sim um problema uma vez que o país não sabe o histórico de quem está chegando e esse é o principal ponto abordado na campanha. Isso não está errado.Assim como o Brasil tem uma política de portas abertas, receber imigrantes de qualquer forma e sem critério, expõe problemas que podem, algum dia, não ser controlado. Esse ponto de questionamento existe nos Estados Unidos há décadas. É um cenário que deve mudar? Ainda é cedo para saber.É um ponto de preocupação para os países de onde esses imigrantes partem? Deveria ser porque é uma perda significativa de sua população economicamente ativa que não gostaria de deixar o país,porém a falta de perspectiva em seu país de origem o levou a deixar o seu lar para se aventurar em lugares desconhecidos.
Esse bate papo um pouco mais longo é um assunto complexo e controverso e que deve entrar cada vez mais em evidência.
Até o nosso próximo bate papo.
Vida longa e próspera!