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Vereador alerta para uso de plantas tóxicas em Jardim Japonês, mas Prefeitura diz que não há risco

O vereador Daniel Bertani (Podemos), veterinário atuante, ligou o alerta sobre a implantação do Jardim Japonês na cidade de Salto, cujas obras foram iniciadas na última semana e deverão ser entregues dentro de seis meses. Segundo ele, as plantas ornamentais previstas podem ser tóxicas aos macacos que habitam o Parque da Ilha da Usina, onde será instalada a atração turística.
“Acho bacana pra caramba a homenagem, mas me estranha utilizar plantas ornamentais onde existem macacos, que não são nativos, mas estão lá. Eu sou veterinário e sei que plantas ornamentais podem ser tóxicas para os animais. Temos algum tipo de respaldo sobre isso? Agora temos uma bióloga na Secretaria do Meio Ambiente, que, junto do secretário (Flávio Garcia), poderiam dar uma olhada naquilo. Será que está tudo certinho para que saia esse jardim?”, disse durante a sessão de Câmara de terça-feira (21).
Procurada pela reportagem do PRIMEIRAFEIRA, a Secretaria de Meio Ambiente explicou que não há risco aos animais e que, inclusive, a flora presente no local possui outras plantas mais tóxicas, que não são consumidas pelos animais.
“Mesmo as plantas que possuem algum grau de toxicidade, não representam qualquer risco à fauna silvestre nativa nem à invasora (como é o caso dos saguis-de-tufo-preto). Simplesmente porque eles não irão ingerir as plantas, havendo na ilha outras plantas bem mais tóxicas que não fazem parte da dieta dos bichos. A dieta natural do sagui é quase integralmente constituída da seiva de algumas árvores em específico (como o cambará) e, em menor quantidade, alguns pequenos animais (insetos e filhotes de aves)”. A Secretaria ainda pediu consciência da população, alertando que a comida humana pode ser mais prejudicial aos animais. “Tóxicos mesmo são os salgadinhos e doces que os visitantes insistem em fornecer a eles, apesar das advertências nas placas e dos monitores”.
O Executivo confirmou que toda a legislação foi seguida para a construção do espaço e que não haverá sequer remoção de árvores do local, preservando a vegetação nativa. Por fim, citou como exemplo jardins instalados em outras cidades, sem qualquer caso de intoxicação alimentar entre animais. “Existem jardins semelhantes em Poços de Caldas, Águas de Lindóia, São Pedro, Itatiaia, Itu e Tapiraí, em locais de interesse ambiental muito maior e com floresta densa, próximos ou mesmo dentro de Unidades de Conservação. Não havendo registro de um único caso de intoxicação de fauna silvestre, animais domésticos ou até mesmo seres humanos. E nesses existem muitos saguis, além de outros primatas. A Secretaria de Meio Ambiente entende que o Jardim Japonês é extremamente positivo e só agrega, inclusive na questão ambiental”.
O Jardim Japonês é uma homenagem à comunidade japonesa da cidade, que é extremamente relevante, com grandes contribuições na formação econômica e cultural de Salto. Além disso, espera-se que o espaço seja mais um atrativo turístico, gerando capital e empregos, além de atrair investidores do setor.

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