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Vereadores ameaçam revogar subsídio e cobram explicações da Prefeitura e da empresa

Projeto para o cancelamento já está pronto: os parlamentares se sentem traídos, já que o serviço apresenta muitas falhas; administração diz que cancelamento inviabilizaria o transporte

O subsídio ou a ajuda financeira para a empresa de ônibus urbano ainda nem chegou a ser pago, conforme o prefeito Laerte Sonsin Jr. (PL), mas o discurso de alguns vereadores na Câmara Municipal é o de tentar revogar a lei. O motivo é a falta de investimentos no transporte e os seguidos problemas nos veículos e no serviço prestado pela empresa SOU Salto, responsável pelo setor.
“O projeto de revogação desta Lei está pronto. É só assinar. Por mim, entra amanhã. Já tem algumas assinaturas, pelo menos daqueles que votaram contra. Não cumpriram o que prometeram, então cancela a Lei”, disse o vereador Daniel Bertani (Podemos) durante a sessão de terça-feira (12).
Procurada pelo PRIMEIRAFEIRA, a Prefeitura informou que tal medida colocaria a cidade na contramão do que vem sendo feito em dezenas de municípios do Brasil. “Eventual revogação do subsídio seria prejudicial ao cidadão saltense, eis que tornaria insustentável o sistema de transporte público municipal”.
Ainda na tentativa de discutir o assunto, o secretário de Defesa Social, Gilmar Souza dos Santos, foi novamente convidado a prestar esclarecimentos junto aos parlamentares. Vale lembrar que ele já esteve no plenário na última semana. O requerimento, aprovado por unanimidade, pede que o secretário explique a polêmica sobre o pagamento do subsídio, uma vez ele disse que o valor já havia sido aprovado por uma comissão e pago à empresa (conforme a publicação na edição da última semana do PRIMEIRAFEIRA) e o prefeito nega esse pagamento.
Até mesmo representantes da empresa deverão ser chamados a prestar esclarecimentos sobre os problemas. “Existe uma lei de autoria do vereador Márcio Conrado (Podemos), de 2021, que, através de comissões, podemos convocar alguém da SOU Salto. Então, gostaria de pedir aos membros da Comissão de Organização, do Governo Municipal, da Ordem Econômica e da Ordem Social para que aguardem a resposta do secretário e assim possamos alinhar a reunião para trazer alguém da empresa”.
No requerimento, o autor Gideon Tavares (Podemos), pede esclarecimentos sobre os problemas nos ônibus e a falta de manutenção dos veículos. “Os equipamentos de acessibilidade não funcionam em vários carros; ar-condicionado em alguns ônibus estão quebrados e são veículos cujos vidros não abrem; as denúncias de funcionários são de que a manutenção é precária”, disse.
Além disso, também serão questionadas uma possível redução no número de veículos disponíveis aos domingos e feriados; o investimento em abrigos e pontos de ônibus e a implantação de novas linhas para suprir a necessidade da população. Isso porque, de acordo com o vereador Antônio Cordeiro (PT), os veículos não estão sendo suficientes para atender a demanda. “Eu acompanhei o ônibus que sai do Santa Cruz às sete da manhã e metade das pessoas fica para trás porque não cabe. O serviço que a população esperava e que os vereadores disseram que teria, não está ocorrendo”, afirmou.
Por conta desses inúmeros problemas nas linhas, o vereador Fábio Jorge (PSD), encaminhou 20 indicações ao chefe do Executivo cobrando a pontualidade em algumas das linhas; aumento da frota para algumas regiões; inclusão de novos horários; e treinamento para os motoristas.

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