Uma emenda, apresentada minutos antes de o projeto ser colocado em discussão no plenário, adiou a votação da proposta do prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL) de instituir um subsídio de até R$ 12 milhões por ano à empresa responsável pelo transporte coletivo. A emenda passará pelas comissões pertinentes para então retornar ao plenário. Ainda não há uma data para a nova votação.
A proposta polêmica, entretanto, foi bastante discutida na sessão de terça-feira (1º), com alguns dos vereadores manifestando seu apoio, enquanto outros, demonstrando sua rejeição. A sessão chegou a ser paralisada por cinco minutos pelo presidente Edival Pereira Rosa (União Brasil), o Preto, diante de insistentes manifestações da plateia, o que não é regimentalmente permitido.
Assinada por cinco vereadores (Daniel Bertani, do Podemos; Fábio Jorge e Vinícius Saudino, ambos do PSD; Cícero Landim, do PL; e Antônio Cordeiro, do PT), a emenda obriga a empresa a priorizar a utilização de combustíveis e tecnologias limpas e sustentáveis, visando a redução da emissão de dióxido de carbono (CO2) e a substituição gradual por veículos com tecnologias mais limpas, conforme forem atingindo a idade máxima permitida, prevista em contrato. As informações sobre as emissões ainda deverão ser detalhadas anualmente.
O projeto original tem outras quatro emendas e duas subemendas, que já passaram pelas comissões permanentes e serão apreciadas em plenário junto com o projeto, que incluem no texto original a gratuidade para estudantes do ensino médio, redução no preço da passagem e passe livre aos domingos e feriados. “É um projeto falho. É um projeto pífio. É um projeto que não era para ser. A emenda ajuda a não ser uma catástrofe”, disse Daniel Bertani.
Fabio Jorge defendeu que o dinheiro destinado ao subsídio volte para o povo. “As emendas visam promover a inclusão social, o acesso à educação e o lazer dos saltenses, tornando o transporte coletivo uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento e o bem-estar de todos. Elas trarão importantes benefícios para a comunidade, tornando o transporte público mais acessível e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos”.
Já Vinícius Saudino lembrou que a Prefeitura, na atual gestão, negou um pedido de reequilíbrio econômico para a empresa anterior, a Auto Ônibus Nardelli, valor menor do que o pedido pela atual empresa responsável pelo transporte. “A empresa Nardelli pediu um reequilíbrio econômico. Agora, essa empresa, que não ganhou licitação e não participou do certame, além de ser a mesma que patrocina shows na praça, pede ao prefeito o subsídio”, disse. “Estão tentando nos coagir. Querem o subsídio sem nenhuma contrapartida? Daqui a pouco daremos um cheque em branco e não poderemos fazer nada. A empresa que faça o serviço para depois pedir o subsídio”, completou.
Na contramão, os vereadores Henrique Balseiros (PL), Gideon Tavares (Podemos) e Ezequiel Damasceno (Progressista), o Kiel, manifestaram apoio ao projeto, sem indicar se serão favoráveis ou não às emendas. “A conta não fecha. Se estamos querendo implantar a gratuidade, alguém tem de ajudar a empresa”, disse Gideon. “É melhor com subsídio, a empresa a todo vapor e nós podendo cobrar, ou parar o transporte público? O vereador que me antecedeu esquece o quão bom são os ônibus lotados, pensando num futuro melhor para as pessoas”, completou Kiel.