Olá, amigo leitor, vamos para o nosso bate papo de fim de ano e sempre é um prazer ter a sua companhia nessa conversa. O ano de 2025 tem sido de desafios e 2026, ao que tudo indica, será ainda mais desafiador.
Desde que me conheço por gente e comecei a prestar atenção ao que acontece na economia e política, podemos ver alguns cenários se desenhando. Tratando-se de Brasil ao analisar as variáveis que influenciam o nosso dia a dia sempre o cenário é de preocupação, mas como dizem que Deus é brasileiro, a vida segue com as empresas e as pessoas usando da sua flexibilidade e inteligência para conseguir viver e seguir construindo as suas vidas.
Quando olhamos para o Brasil do ponto de vista macro, o cenário sempre é preocupante porque é possível ver que sempre estamos administrando as coisas no limiar de uma crise; e quando olhamos no micro, há uma infinidade de setores que apesar do cenário preocupante simplesmente evoluem, crescem e se desenvolvem mesmo em nosso cenário caótico. E por isso sempre é interessante filtrarmos o que lemos e escutamos porque nem sempre o cenário pode estar tão ruim como se fala assim como também nem sempre pode estar tão bom quanto se acredita e é assim que funciona o Brasil, e assim também que funciona o mundo.
Tratando-se de Brasil sempre que temos ano de eleição presidencial o cenário fica um pouco mais desafiador.Enquanto não há uma definição de quem será o presidente, é comum que muitas empresas segurem os projetos de investimento até compreenderem o cenário pós eleições, além do mais há uma série de questões que merecem a atenção, que são ignoradas há muito tempo e que entre os anos de 2026 e 2027 podem geram novos eventos que vão definir como serão as nossas próximas décadas.
O Brasil hoje é o país que tem a segunda maior taxa básica de juros do mundo, ficando atrás apenas da Turquia e um nível e endividamento que pode travar o país já no ano de 2026, já que é um país que gasta mais do que arrecada. Na nossa história foram poucos os anos em que o país fechou o ano arrecadando mais do que gastando e a forma como o Governo vem administrando essa situação é aumentando a arrecadação com a criação de novos impostos, aumentando alíquotas e criando novas taxas, por exemplo. Entretanto, não há percepção de melhoria na qualidade de vida, mas sim aumento das dificuldades com os preços que não param de subir. De acordo com dados do governo, a renda média do brasileiro no ano de 2024 foi de R$ 3.057,00, porém, hoje o salário oferecido para as vagas de emprego disponíveis parte em média do salário de R$ 1.800,00 que descontado todos os impostos e taxas (claro, a acrescentar o desconto do sindicato que, apesar de facultativo, já vem descontado sem confirmação do empregado, e que possui tanta burocracia para ser cancelado a ponto de muitos colaboradores nem tentarem se livrar da taxa).
Resumindo, é o governo e as instituições de “proteção de direitos” querendo o dinheiro do trabalhador antes mesmo de este cair na conta.
Temos um fato a comemorar que é a isenção do pagamento de imposto de renda pessoa física que foi para o valor de R$ 5.000,00, o que é uma grande evolução e um pequeno ato de justiça. Da forma como estava, todos precisariam pagar imposto de renda em um futuro bem próximo.
Antes da aplicação da isenção muitos políticos a defendiam e, quando estava próximo de ser sancionada, outros tantos desejaram suspender essa isenção reclamando da queda de redução de impostos que essa isenção vai gerar. É um alívio para o brasileiro que vai poder respirar, mas me preocupo com um ponto. A isenção pode se tornar insignificantes e o país começar a adotar políticas monetárias populistas e ter um aumento significativo da inflação nos próximos anos. Assim, essa isenção não mostra um ato de bom senso do governo, mas a preparação do terreno para um cenário inflacionário próximo do que vivemos há algumas décadas. Ou seja, aumentou-se o piso para o recolhimento do imposto, porém em um cenário de crise econômica a inflação dispara, o governo começa a emitir dinheiro e isenções como essa perdem sua significância. Esse é o risco que temos em um cenário futuro.
O Brasil tem hoje a 11ª maior economia do mundo (acreditem, perdemos a décima posição para a Rússia que está em guerra).E, com uma população perto de 213,4 milhões de habitantes, há um mercado consumidor de muito potencial para um país que não vai quebrar e que resolve seus problemas econômicos com uma política de bate a assopra. Aumenta imposto de um lado, cria uma isenção do outro e sempre foi assim, é um constante cenário de incerteza com o qual as pessoas e empresas se acostumaram. Podemos falar que o maior herói da sociedade brasileira é o empreendedor porque o nosso país resiste por causa deles. Hoje, o maior gerador de empregos no país não são setores específicos da economia e sim as pequenas empresas que atuam nos mais diversos segmentos, varejo, serviços, pequenas fábricas que identificam oportunidades e se aventuram em empreender em um país hostil, do ponto de vista, fiscal, tributário, legislativo e de segurança.
Resumidamente falando, 2026 vai se um ano de mudança, desafiador e para empreendedores de coragem. Mas Deus é brasileiro e o brasileiro não desiste nunca.
Vida longa e próspera.