A partir desta edição que o leitor tem nas mãos, o PRIMEIRAFEIRA começa uma nova fase em sua história. Não se trata especificamente da mudança do editor responsável, que vigora desta edição em diante, mas da implementação de um novo projeto de comunicação. O embrião dessa proposta foi iniciado já na reformulação do jornal e visa recolocá-lo no seu devido lugar de importância no seio da sociedade saltense.
Vivemos uma época em que fake news se tornaram padrão de transmissão de informação, tendo em vista que a própria comunicação oficial partia delas. Uma época na qual o trabalho do profissional de imprensa se tornou totalmente dispensável. Afinal, todos viraram produtores de conteúdo e como tal, sejam autoridades ou não, o transmitem via redes sociais. É como se os produtores de conteúdo ditassem as regras.
Ao contrário do que se pode pensar, é neste momento que o jornalismo sério faz a diferença, exercendo o seu papel de esclarecedor de fatos, pautado pela ética e pela liberdade de imprensa. Como a própria ex-editora responsável pelo PRIMEIRAFEIRA Denise Rocha diz: fake news nunca partem de um jornalista. Os jornalistas devem, de ofício, checar os fatos. Se o fazem, não reproduzirão algo falso ou sem lastro.
Nesse novo projeto, os veículos de comunicação têm um papel importantíssimo na formação da consciência crítica dos cidadãos. Ao jornal não pode bastar só informar. Em vez disso, ele precisa mostrar as conexões entre os fatos, o que serve de pano de fundo a eles e provocar a manifestação de todas as vozes da sociedade. Dar a oportunidade ao contraditório para que se possa discutir a transformação da realidade.
Mas a comunicação deve ser construtiva sempre. Não é a crítica pela crítica, mas a crítica para a mudança do erro. Para trazer algo novo. Sobretudo, uma comunicação que respeita as diferenças, a pluralidade de ideias, a liberdade de crenças e a responsabilidade social. Uma comunicação que promova o diálogo e o respeito em todas as relações e com todos os entes de poder. O bom jornalismo não tem inimigos.