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Denúncias contra o hospital

Pela segunda vez em uma semana, parentes de pacientes atendidos no Hospital Municipal Nossa Senhora do Monte Serrat denunciam provável erro médico. Na semana passada, um tio relatou que o sobrinho de nove anos havia sido diagnosticado com virose e depois com retenção de fezes e mandado para casa, mas, na verdade, tinha o apêndice estourado. Nesta semana, um pai afirma que a esposa recebeu medicamento contra sangramento e que este pode ter causado a morte do seu filho de apenas 35 semanas.

Nos dois casos, a Prefeitura de Salto, que é a responsável pelo Hospital Municipal, cedido para a administração do Instituto de Gestão, Administração e Treinamento em Saúde, o Igats, informou que estava ciente e que faria a apuração. Mas nem do primeiro caso, que aconteceu há mais de uma semana (foi no dia 8 de maio), se tem uma solução sobre o que houve e quais as providências serão tomadas, o que faz crer que a apuração do segundo episódio deva demorar ainda mais e isto não é o ideal, posto que são casos graves.

A menos que haja uma burocracia de procedimentos que devam ser adotados para uma apuração desse tipo -e mesmo que haja, não é o que se espera em casos como esses que envolvem vidas humanas-, já era para se ter um resultado. Por que a pressa? Ora, porque os casos estão se repetindo, não da mesma maneira, mas são apontamentos de erros e erros não podem acontecer em um hospital, já que eles podem implicar em mortes, como ocorreu em ao menos um até o momento, e é preciso parar essa repetição.

A apuração rápida permite também ao gestor e ao responsável identificar se procedimentos adotados precisam ser alterados ou repensados, de modo que se evite novos casos e que se possa dar mais segurança para quem é atendido diariamente. Os erros não devem acontecer, mas podem acontecer, porque médicos são humanos e falíveis. A adoção de medidas que possam minimizar o risco é o que se pode fazer e o que se precisa fazer, sobretudo em um hospital com a demanda que tem o municipal atualmente.

Portanto, é preciso que os técnicos encarregados dessa apuração e as autoridades responsáveis se movimentem com mais agilidade para apresentar os resultados. Fundamentalmente, é necessário e urgente que a comunicação do hospital, via Igats ou Prefeitura, melhore, no sentido de tranquilizar o cidadão. É preciso pensar que muitas pessoas só têm o hospital para onde recorrer nessa situação crítica de doença ou de atendimento de urgência e não é nada agradável ter de ir a esse serviço com dúvidas e medos.

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