O número de casos confirmados de dengue em Salto só cresce. De janeiro a maio foram 1.037 registros, segundo a Vigilância Epidemiológica. Este número é mais que o dobro dos 434 do mesmo período do ano passado. Mas essa contaminação crescente não mobiliza as pessoas. A Prefeitura divulgou semana passada que 40% dos moradores da cidade rejeitam o trabalho dos agentes.
Ora, há muitas explicações para essa rejeição, que vão desde o morador não estar em casa no momento da visita até o medo de assaltos ou de ataques de pessoas mal-intencionadas. Mas não se justifica em hipótese alguma que continuem acontecendo, sobretudo diante de um crescimento vertiginoso a olhos vistos. Algo precisa ser feito para envolver a população e para conscientizá-la.
Do lado da Prefeitura, a informação é de que os agentes de combate à dengue comparecem às residências trajando uniforme e identificação, que há divulgação por carro de som, nos veículos de comunicação oficiais da administração, em palestras nas escolas municipais e estaduais, em participação da equipe de controle em eventos e nas contas de água com mensagens de orientação.
Os agentes ainda deixam comunicações nos imóveis visitados nos quais não foram atendidos, pedindo que o morador entre em contato para informar qual é o melhor dia e a melhor hora para uma nova visita, já que é fundamental que os agentes façam a aplicação no interior das residências dos produtos de combate ao mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O que está faltando é o morador desses imóveis se sentir parte da solução e tomar a iniciativa de entrar em contato e de permitir o acesso do agente. Se não quer fazer por não se sentir responsável, deve ser obrigado a isto por meios legais e punitivos, pois viver em sociedade implica na responsabilidade com o outro. Um morador que não faça o combate impacta nos vizinhos, mesmo que estes façam.
A administração municipal e a Câmara de Vereadores precisam estabelecer mecanismos legais de controle e de punição para os moradores que não estão querendo colaborar. A dengue é um problema de todos e deve envolver a todos na solução também. Não se pode permitir que o número de casos continue subindo e nada seja feito no sentido de combater a evolução da doença.