É muito positiva a notícia que traz na edição de hoje este jornal sobre a situação da Polícia Civil. O prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL) anuncia para os próximos meses que o governo do Estado sinalizou com o envio de reforço de pessoal para a Delegacia de Polícia local. Já estava mais do que na hora de haver uma sensibilidade como essa dos comandantes do Estado para com os saltenses.
Se não fosse a Prefeitura manter 27 funcionários seus emprestados ao governo de São Paulo e mais três estagiários, todos pagos com os cofres públicos locais, a unidade de segurança sequer teria condições de abrir as portas, o que é ridículo para uma cidade do porte de Salto, para dizer o mínimo, e inaceitável do ponto de vista da arrecadação de impostos gerados pelos moradores locais.
Em que pese a sensibilidade demonstrada, o governo do Estado não se exime da responsabilidade de resgatar a Polícia Civil na cidade com essa medida. Será preciso ir muito além de fornecer alguns policiais para servir na cidade, pois eles apenas substituirão os servidores emprestados pela Prefeitura -e não se acredita que esse reforço possa sequer substituir a todos.
A Polícia Civil é uma força importante para o equilíbrio do combate ao crime em todas as cidades brasileiras, sobretudo nas cidades médias como Salto, onde o índice de criminalidade é grande e só cresce. É ela quem deve fazer a investigação para apurar autorias de crimes, o que é fundamental para retirar de circulação criminosos perigosos e que assustam os cidadãos atualmente.
A falta do serviço da Polícia Civil na cidade se reflete em prejuízos econômicos além dos de segurança. Afinal, as seguradoras de veículos e de residências elevam suas cotas para garantir a reposição de bens aos seus clientes quando a cidade não oferece uma segurança adequada, como se pressupõe com uma investigação falha e deficitária de crimes como ocorre hoje.
E não é só com relação a pessoal que a Delegacia de Polícia de Salto precisa de reforços. São necessários equipamentos, veículos e armamentos. A unidade local está tão abandonada que hoje se registra falta até de computadores para a oficialização de boletins de ocorrência. Para se ter uma ideia do descaso, de 324 viaturas destinadas à Civil no Estado em 2023, apenas uma foi para Salto.