Quando me convidaram a publicar o meu primeiro livro, o “É cada coisa que escrevo só para dizer que te amo”, eu quase joguei o e-mail fora.
Foi em 2014, quando eu publiquei sem saber como publicar, e passei a achar fantástico o que continuei a fazer até hoje, publicar livros. Naquele ano, eu viajei o país com a editora Saraiva, visitei livrarias, participei de feiras literárias, conversei com os leitores… E depois publiquei meu segundo livro. E o terceiro. E o quarto…
Hoje já são oito livros publicados. E o que vivo com cada um, não cabe contar aqui. Nesta semana, estou finalizando o meu nono projeto literário, um romance, uma ficção sobre as heranças de família. Uma história diferente, que vai me fazer viver outras histórias com os livros…
O legal é lembrar do primeiro, de como eu estava ansioso, com medo, sem saber como fazer nenhuma das etapas. Era tudo novidade. A editora me mandava e-mail me perguntando do título, e eu me lembrava que ainda não havia pensado em um título. Depois me perguntava como eu havia pensado na capa, e eu me tocava que eu não tinha pensado na capa.
Ter vivido com as editoras cada etapa dos meus primeiros livros me deu segurança para pensar nos meus próximos. Sei quanto tempo preciso para publicar, sei das etapas, sei quanto custa, mas também sei publicar sem custos, sei projetar para concursos, sei fazer de forma artesanal. Sei colocar meus livros no mundo. E isso é poderoso demais para quem gosta de escrever.
Só de lembrar que quase não virei escritor de livros, me dá uma angústia… O convite para o meu primeiro, em 2014, quase foi parar nos spams, em um tempo em que eu recebia e-mails todos os dias com propostas de publicação de livros. Todos com o valor antes do projeto. No meio deles, havia uma proposta real da editora Saraiva, um convite para uma viagem, para uma conversa, para uma proposta, um contrato, um lançamento e receber por isso. Tudo justo e bonito, mas que eu quase mandei para a caixa de spams junto com os outros.
Só de pensar que quase não virei escritor de livros…
Dá trabalho escrever livros. Mas um trabalho que todo mundo que ama a escrita deveria se dar. Como eu me dei há 10 anos. E que bom que deu.
Lucas Brandão é poeta e escritor.