Um dos projetos mais polêmicos do ano, até o momento, na Câmara de Salto, foi aprovado na sessão de terça-feira (10). Trata-se do projeto de lei que institui cotas raciais para concursos públicos na cidade de Salto. A propositura, entretanto, teve posicionamentos contrários, bastante polêmica e precisou de intervenção do presidente da Câmara, Clayton Bispo (PP), pedindo para que o público presente não se manifestasse.
O debate acalorado teve início após vereadores decidirem não apoiar a propositura. “Tenho meninos negros no meu projeto e eles não se sentem bem com esse projeto (de lei). Eu sou contra pelos meus princípios. Acredito que a pessoa tem de conquistar seu espaço”, afirmou o vereador Antônio Moreira (PL).
Quem também foi contrário foi o vereador Rogério Pinheiro (Solidariedade). Segundo ele, o projeto deixa dúvidas sobre quem pode ou não ser incluído nas cotas. “Eu tenho descendência indígena, então a questão das cotas pode ser por laço sanguíneo, por exemplo. A discussão é ampla. Eu não entendo que as cotas resolvam o problema (de racismo)”, afirmou.
Uma das autoras do projeto, Dra. Grazi (PSB) lamentou o fato de o projeto estar sendo mais discutido externamente que problemas na Saúde pública, por exemplo, e chegou a dizer que os vereadores teriam sucumbido à pressão. “Quer dizer que (os políticos) não aguentaram a pressão popular, ou melhor da extrema direita”.
Além de Antônio Moreira e Rogério Pinheiro, também foi contrário ao projeto o vereador Arildo Guadagnini (Democracia Cristã).
O projeto aguarda a sanção do prefeito Geraldo Garcia (PP) para que possa entrar em vigor. Vale lembrar que os concursos que estão em andamento não sofrerão alterações por conta da aprovação.