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A nova mudança no secretariado

O prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL) poderia ter esperado um pouco mais ou então ter escolhido outra pessoa para ocupar o cargo de superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o Saae, em vez de deslocar para a autarquia o então secretário de Defesa Social, Gilmar Souza dos Santos, que estava lá havia só três meses.
Em princípio, porque a troca coloca o secretário diante de um desafio enorme para o qual ele não estava preparado, posto que o Saae é hoje um dos Calcanhares de Aquiles do governo, uma vez que a falta de água tem irritado sobremaneira os moradores de Salto ao longo do ano e principalmente neste período, no qual as temperaturas estão mais elevadas e exigindo mais do serviço.
Ao mesmo tempo, a decisão tira Gilmar Souza dos Santos dos assuntos envolvendo o trânsito e a segurança do patrimônio público do município, que são outros calcanhares. O secretário tinha assumido a Defesa Social com a postura elogiável de combater a indústria da multa, o que era necessário e urgente, e tinha dado início à implantação da Zona Azul, que estava suspensa havia 31 meses.
A indústria da multa é uma das piores ações desenvolvidas pela Guarda Civil Municipal. É claro que os motoristas infratores têm de ser punidos. Mas antes da punição é preciso oferecer vias sinalizadas e monitoradas adequadamente. E ainda é preciso trabalhar intensivamente a educação de trânsito. Nem uma coisa nem outra eram feitas sob a manutenção da indústria da multas.
Ou seja, com a mudança, o governo despe um santo para vestir outro e deixa ambos os locais mais enfraquecidos. Todo o trabalho desenvolvido pelo secretário à frente da Defesa Social fica pelo caminho agora e, até que tome pé da situação do Saae, a autarquia ficará mais exposta negativamente. Sem falar que o início da cobrança da Zona Azul exigirá mais desenvoltura da pasta.
Entende-se que era necessário repor a superintendência do Saae com urgência e com alguém em quem o prefeito confia, mas talvez os resultados fossem melhores para o cidadão se a escolha tivesse recaído sobre alguém que já não estivesse tão envolvido com as questões do governo e ainda sem abrir uma lacuna em outra área.

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