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Economias assistencialistas: o novo populismo

Olá, amigo leitor. Estamos começando esse ano de 2025 com muita expectativa e preocupações com as diversas mudanças que vem acontecendo em nossa economia.Na verdade, estamos nos primeiros estágios de grandes mudanças que devem acontecer nos próximos anos e isso é assunto para mais bate papos lá na frente.

Hoje vamos falar um pouco sobre economias assistencialistas, basicamente políticas públicas de distribuição de renda com o objetivo de não permitir que famílias passem necessidade. A intenção é boa e positiva, mas também alvo de grande discussão entre partidos de direita e esquerda, sobre dar ou não assistências e incentivos e para não perderem o apoio social, já que ambos os lados fazem uso dessa ferramenta para a preservação do status quo e de preservação de sua imagem junto ao eleitorado.

E esse é um assunto delicado porque há muito questionamento sobre os diversos programas que os governos ao redor do mundo oferecem à sua sociedade. Isso não significa que benefícios sociais não devem ser oferecidos à sociedade, mas que sim esses programas tenham como finalidade a promoção da justiça social que é que na prática nunca acaba acontecendo e isso está sufocando as economias.

Desde a década 70 estamos vivenciando uma situação de financeirização das economias E o que é isso? Conceitualmente falando, financeirizar uma economia é você alterar a estrutura econômica do seu país de modo que o capital seja acumulado e valorizado por meio do sistema financeiro. Você deixa o sistema financeiro fazer todo o trabalho, foca em eficiência “financeira” e deixa de focar nos meios de produção. Economias financeirizadas são economias “teoricamente” liberais uma vez que o retorno financeiro vem do ganho de eficiência econômica proporcionado pela redução dos custos de produção e ganho de poder de compra da sociedade.

Na prática, o governo passa a apostar todo o seu desenvolvimento no gerenciamento financeiro de dívida e receita financeira. Com a perda de capacidade industrial gerada perda de competitividade do produto local, a Indústria começa a gerar menos empregos, enquanto que esses empregos passam a migrar para o setor de Varejo e Serviços que tem salário médio menor do que o emprego na Indústria e lentamente isso empobrece a sua população porque a renda nominal cai (entenda que a renda nominal trata-se do salário já líquido de impostos e contribuições acrescido do seu poder de compra, ou seja, contabilizado também do impacto gerado pela inflação e cotação do dólar). Essa perda de poder de compra limita a capacidade de consumo das famílias e para que isso não gere insatisfação do governo, então surge as nossas famosas bolsas: Bolsa família, BPC, auxílio taxista, auxílio gás, auxílio caminhoneiro e todos aqueles outros mais que nem sabemos que existe. No começo é fantástico porque o governo injeta dinheiro diretamente da economia e justamente onde está localizada a maior proporção da nossa sociedade e isso gera um fluxo financeiro gigantesco porque o Comércio vende mais, gera-se demanda em serviços e isso alimenta todo um ecossistema econômico. E para o político não perder sua popularidade ele acaba convertendo esse programa em algo estrutural em sua economia. Ou seja, não há medidas e meios que fazem com que a sociedade deixa de precisar desses programas e então esses programas viram armas políticas e seu uso torna a sociedade refém.

Hoje,economicamente falando, há mais brasileiros se beneficiando de programas de assistência do governo do que brasileiros em economicamente ativos trabalhando e pagando impostos para gerar riqueza e ajudar o país a crescer. Isso está nos colocando no caminho a se transformar em uma Argentina no médio e longo prazo. Hoje já sofremos as consequências disso, para se financiar o governo precisa emitir mais títulos de dívida e para rolar os títulos já antigos ele precisa oferecer mais benefícios para tornar esses títulos interessantes e permanecer economicamente solvente. País se endividando torna-se perigoso para o capital estrangeiro e então o investidor tira o seu dinheiro do país e isso se converte em dólar subindo e como não temos uma política de incentivo industrial então importamos grande parte do que consumimos, assim mandando mais dólares para fora do país e alimentando mais ainda a inflação, é um ciclo vicioso perigoso e já sofremos as consequências.

Alguns falam: “Olha, o agronegócio vai fazer o país decolar”. Não, não vai, o agronegócio gera muita riqueza, mas não há países ricos que tem sua economia baseada em soja, milho e carne. As maiores economias do mundo hoje são baseadas na produção industrial porque não acontecer apenas o processo de produção na indústria.Paralelamente há muito desenvolvimento e pesquisa porque a Indústria está em permanente processo de ganho de eficiência e redução de custo, ou seja, ela gera riqueza, evolui tecnologicamente e oferece melhor remuneração do que outros setores. E é justamente isso que os governos quebram quando passar a adotar políticas assistencialistas em vez de políticas desenvolvimentistas.

Qual será o futuro do Brasil?

Nesse ritmo o futuro é de esperança, e sempre será de esperança porque não haverá mudanças.Somos uma das dez maiores economias do mundo com sucessivos “voos de galinha” administrando uma sociedade viciada em jogatinas online e políticos que criam a cada dia novas leis para complicar a vida do cidadão e se beneficiar.

Não acontecendo mudanças significativas em nossas políticas públicas e econômicas, podemos assistir em breve uma troca de papéis com a economia argentina decolando e a nossa terminando de descer pelo ralo.

O exemplo argentino nos ensinou uma lição:

Governo assistencialista, gera uma sociedade medíocre.

Vida longa e próspera.

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