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Sim, se passou um ano que a mureta de proteção do rio Jundiaí desabou e abriu uma cratera nas margens, tomando parte de uma das ruas mais tradicionais da cidade, no bairro da Barra. As fotos históricas são uma prova que o escorregador remete a saudosas lembranças de águas que um dia foram limpas.

Quanto mais o tempo passa, mais difícil é entender a demora na realização da obra. A situação demonstra total falta de habilidade no domínio do processo administrativo. Com isso, o incômodo de moradores, motoristas e ambientalistas só aumenta.

O desgaste na imagem também é maior, afinal como explicar o inexplicável. Encarar um contrato emergencial para evitar riscos e tantos contratempos para a população teria sido mais eficiente.

Por alguma razão, vem se instalando uma quebra de confiança na capacidade de realização do Poder Público. Falta originalidade, transparência e empatia para com o cidadão saltense. A preocupação ainda é maior com as curtidas nas redes sociais do que com soluções.

A análise tem sido parcial. Só que reconhecer as próprias dificuldades também é uma atitude corajosa. Poderia até melhorar a avaliação do Executivo.
Várias pessoas nos bastidores alegarem que existem pesquisas que mostram que a avaliação tem sido positiva. Alguns defensores do governo tem se baseado nisso e procuram só falar em coisas boas, como se não existissem problemas.

Contudo, contra fatos não importa muito quais são as versões apresentadas. O que todo mundo quer é ver o local recuperado. A população está se tornando mais exigente. É preciso cobrar mais, não ter memória curta.

Em tempo, às vezes é preciso sair de cena. Mas reforço o meu compromisso com o jornalismo feito com propósito. A verdade dos fatos, o contato com a comunidade e autoridades. A separação entre o pessoal e público.

Acredito numa mudança de mentalidade, numa cidade com mais áreas verdes, água na torneira, mais oportunidades na educação e mais postos de trabalho. Numa saúde que acolhe quem precisa, humanizada.

Espero que o orgulho seja deixado de lado e as vaidades não sejam o mais importante nas mesas de negociação. Quem sabe vai chegar o momento que o articulado nos bastidores seja defendido em público. Salto merece prosperidade. A população merece usufruir disso. Dito isso, lembro que cargos são passageiros. Os relacionamentos que foram construídos permanecem. A todos, muito obrigada.

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