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Fabinha

O nome dela é Fabiane Millanez Halter.
Fabinha, para todos que a amavam tanto.
E era muita gente mesmo. Ainda é.
A conheci pequenina, ela tinha quatro anos a menos que eu. E sempre foi uma alegria de se ter por perto.
Risonha, brincalhona, carinhosa, absurdamente família e feliz. Festas, passeios, encontros e ela lá, sendo e fazendo ser feliz.
Pela família original, tinha um encantamento lindo e seus olhos brilhavam a cada detalhinho do pai, da mãe, dos irmãos que contava e era muito bom ouvi-la e ver o carinho todo, despejado em fotos pela rede que unia ainda mais todos os próximos.
Aos meus catorze anos e dez dela, vivemos uma experiência muito ruim, só soubemos no dia seguinte que ela também passou pela terrível experiência que eu, Gilsiane e Silvana havíamos passado, num final de tarde em dia de semana. Nós três, conversando em frente da minha casa, que ficava na Prudente de Moraes e um carro, com placa da cidade de Jundiaí, para perto de nós e dentro dela um homem, se movimenta de maneira estranha dentro do carro e olha insistentemente para nós. Continuamos conversando e só depois que ele vai embora é que fomos entender o que havia se passado.
Fabinha na escola, no dia seguinte, contava que vindo da padaria São Paulo em direção a sua casa depois de comprar pão, encontra esse mesmo carro parado, na Quintino Bocaiuva e o desgraçado que estava dentro, mostra a ela aquilo que eu gostaria que ele tivesse decepado, por um adulto que visse o acontecido. Mas nenhum outro adulto viu e ela correu para casa, contando o absurdo aos pais e claro que ninguém mais encontrou o infeliz dentro desse carro aqui pela cidade. Ou nós que não soubemos de mais nada mesmo.
Essa foi a primeira história que tivemos o desprazer de viver “juntas”. Mas a menina era tão alegre e feliz, que isso nem ficou marcado de maneira negativa em sua vida e nem na minha e das outras amigas. Só a certeza de descobrir que podem ter pessoas horríveis soltas pelo mundo.
Pela família que criou com Junior Halter, meu primo, outro encantamento, de maneira que todos viam e não sei se como eu, assistiam extasiados: Onde os pais pisassem, seus filhos estavam junto.
Eles tiveram, ao todo, cinco filhos e o que não ficou, para viver o grande amor que a família tinha para dar, certamente de onde está, admirou tudo e agradeceu o tempo em que esteve junto deles.
Ela criou um grupo de Facebook, que é compartilhado por milhares de pessoas que sofrem de diabetes e foi auxílio de cada um que buscou a ajuda dela nisso.
Isso é só um pouco, bem pouquinho, da vida linda e feliz que a Fabinha soube viver.
E, no dia 10 de janeiro de 2023 eu, que estou na rede desde 2011, nunca em nenhuma outra vez, vi o dia todinho da rede na nossa cidade, pipocando homenagens à vida dela, à sua alegria contagiante e todo o bem que ela pode distribuir enquanto aqui esteve. Nunca vi nada, nem de longe, ao menos parecido.
Obrigada Fabinha, por eu poder te chamar de amiga.

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