Seu Tenório certa vez leu um belo artigo sobre a rentabilidade de árvores frutíferas no campo.
Fascinado pela reportagem, comprou 350 mudas de laranjeiras e levou para o seu sítio. Ele tinha dois funcionários que ficaram encarregados de plantar as mudas.
O problema era que os trabalhadores eram inexperientes no plantio de árvores. Eles estavam acostumados a cuidar de tilápias e de galinhas, mas não tinham experiência com a agricultura.
As plantas morreram todas.
O seu Tenório resolveu então fazer uma roça de milho.
Desta vez, ele acertou, mas notou que toda noite sumiam umas espigas e pensou:
– Acho que são as capivaras que invadem o milharal para comer as espigas de milho.
Mandou abrir uma valeta ao redor da plantação.
De manhã, foi ver o resultado: de fato, uma capivara havia caído no buraco. Mas, ao lado dela, também estava um vizinho e, pelo seu espanto, era seu compadre Pedro Bento, com um saco cheio de espigas.
Tenório ouviu as desculpas do compadre e lhe respondeu:
– Bem, vou jogar uma corda para você sair daí. Amarre também o saco de milho.
O compadre Bento respondeu:
– Ta bem! Só que o saco de milho não é meu. Nem sei de quem é. Só se for da capivara!?
Então meu caro leitor, preste muita atenção.
Nestes tempos de quarentena do novo Coronavírus, todo mundo em casa. Cuidado com as capivaras urbanas, que assaltam a geladeira, o forno, os armários. Não à procura de espigas de milho, mas de comidinhas, salgadas e doces.
Comem e ainda largam o prato sujo na pia.