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Os riscos do déficit orçamentário

A informação sobre a existência de um déficit orçamentário na administração do município de R$ 95 milhões até agosto caiu como uma bomba na Câmara de Vereadores. Os parlamentares não pouparam críticas à gestão do prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL). O vereador Daniel Bertani (Podemos) afirmou que a situação é uma irresponsabilidade fiscal e econômica sobre receitas e gastos.
De fato, o tema é muito grave e precisa ser bastante esclarecido sob o ponto de vista do que gerou, do que se está fazendo para evitar que a situação piore e sobre o que poderá acontecer de forma inevitável, até para que os cidadãos saibam exatamente como ficarão os serviços oferecidos pela Prefeitura e, sobretudo, como serão tocadas as obras e ações em andamento hoje.
A informação clara, objetiva e específica é a melhor arma do governo neste momento para enfrentar toda a repercussão negativa que se dará por conta da efervescência política existente a um ano das eleições e para garantir que a confiança dos cidadãos, dos empresários, dos comerciantes e dos investidores do município não se perca em meio a um mar de possibilidades de desastre.
À primeira vista o que parece ter causado essa diferença no caixa é o que acontece com a maioria dos cidadãos que se endividam, ou seja, houve mais gastos do que arrecadação. Mas aí se pode dizer que houve vários fatores desencadeadores. Boa parte deles alheios à ação da administração local de forma direta, como quedas dos repasses de outras esferas de governo e da arrecadação própria.
No entanto, se estavam havendo essas quedas, era necessário que se reduzissem os gastos lá atrás. Da análise oferecida pela consultoria, é passível de crítica, por exemplo, o aumento de 44% nas despesas municipais, puxado principalmente pela elevação dos gastos com a folha de pagamentos, que sofreu um impacto de R$ 44 milhões. Esse número é praticamente a metade do déficit todo.
Mesmo assim, um economista ouvido por este jornal afirmou que a situação é mesmo grave, mas é administrável. Portanto, não há um desastre iminente. Quando se administra, é preciso ter calma para avaliar e para decidir. Ainda assim o entrevistado afirma que será necessário tomar medidas duras para a contenção de despesas e para recuperar o fôlego perdido em virtude do déficit.

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