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Sem meias verdades

É uma boa notícia a transferência de R$ 600 milhões para estados e munícipios, com o objetivo de realizar mutirões de cirurgias eletivas, exames e consultas. O anúncio foi feito nessa quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde. A liberação dos recursos será gradual, em um primeiro momento serão R$ 200 milhões para as cirurgias eletivas, disponíveis a partir de junho, de acordo com as negociações que envolvem os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), dos municípios, estados e União.

Contudo, também é preciso investir numa busca ativa. Muitas pessoas interromperam os tratamentos médicos, cansaram de esperar o chamado para os procedimentos cirúrgicos, após buscarem respostas e não encontrarem boa vontade.

A cidade carece de um programa na área de saúde que contemple uma visão holística, pensando no bem estar do cidadão. A população de Salto cresceu; mas ainda falta criatividade na criação de soluções inovadoras.

Não é preciso fazer sempre igual, principalmente, se o que está sendo feito não funciona. Ouvir as pessoas é um bom começo, muitas respostas estão no diálogo, contudo é preciso maturidade para saber ouvir e transformar o que é dito em um plano de ação.

Dinheiro é importante para executar projetos; mas não é tudo. De nada adianta recursos se não se sabe o que fazer com eles. Tantas iniciativas podem promover uma mudança de mentalidade, seja nos integrantes do Poder Público quanto na população.

O tempo passa, principalmente, para quem busca por atendimento, diagnóstico e resolução. É preciso promover mudanças numa estrutura engessada que segue o mesmo ciclo. É preciso inovação nos processos e humanização no relacionamento. Temos bons exemplos, mas ainda depende de apenas uma ou outra pessoa que entende sua função social dentro da estrutura.

É preciso descobrir o número exato da fila de espera para cirurgias e procedimentos; mas é mais importante ainda querer, de fato, dar uma solução para o caso de quem espera por respostas. Ir até as pessoas; ouvir suas análises após atendimentos. Não se trata de uma caça às bruxas, mas de que servem médicos que sequer levantam os olhos para os pacientes que estão bem na sua frente? Imagine o padrão na anamnese. Se não olham, imagine se vão perguntar de maneira interessada na condição de saúde da pessoa.

Aliás, consultas de pouco mais de três minutos causam angústia e demostram total desprezo por quem está em busca de auxílio. Sim, é desconfortável, mas é preciso falar sobre isso.

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