A emenda responsável pelo adiamento da votação do projeto do prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL), que institui o subsídio para o transporte coletivo, estabelece mais um tempo para que os vereadores pensem a respeito da proposta e amadureçam a ideia, antes de assinarem embaixo ou de rejeitarem sumariamente.
Em um primeiro momento, pode parecer ruim para a administração essa postergação, mas, se o chefe do Executivo analisar com calma, verá que ela pode ser melhor que a encomenda. Afinal, se for à votação agora, com toda a discussão travada em torno da proposta, é bem provável que ela não passe.
Os maiores problemas do projeto se resumem a uma questão só: falta de informação sobre o que existe, o que precisa existir e o que se gostaria que existisse. Há consenso, por exemplo, no essencial, tanto do prefeito quanto dos vereadores, sobre a necessidade de melhorias no serviço da SOU Salto, responsável pelo transporte.
A diferença é que o prefeito entende que as melhorias estão previstas no contrato já firmado e por isto não precisariam ser incluídas outra vez. E, muito provavelmente, se for aberta a possiblidade de acrescentar melhorias, o número delas e o alcance poderão inviabilizar a proposta que está estabelecida no projeto.
De outro lado, os vereadores defendem as melhorias por ser esta a argumentação possível capaz de justificar a permissão que a administração municipal utilize, mensalmente, um repasse de dinheiro do orçamento público, que pode chegar a R$ 12 milhões por ano, em favor da empresa de transporte e não em outros setores.
O que sobra disso tudo é que existe um problema financeiro de continuidade do serviço, que não pode ser resolvido apenas com o pagamento das passagens, um problema que não é apenas desta empresa, aliás, mas do sistema em vigor e da realidade econômica existente, e que precisa da ajuda proposta pelo prefeito.
Assim, se administração quiser realmente que o projeto de subsídio passe diante do quadro atual que se viu na Câmara nesta semana, a única alternativa é chamar os vereadores e explicar o que existe, o que precisa existir e o que não se pode fazer existir, e, a partir disso, tentar estabelecer um acordo para a votação.