O sucesso alcançado neste ano pela apresentação do espetáculo “A Paixão de Cristo” deve ser encarado com o firme propósito de ser uma grande oportunidade que tem a administração do prefeito de Salto, Laerte Sonsin Júnior (PL), para alavancar o turismo da cidade.
Afinal, desde as enchentes que destruíram os principais pontos turísticos, como o Memorial do Rio Tietê, a Ilha dos Amores, o Caminho das Esculturas e a Ponte Pênsil, construída ao lado da Brasital, os moradores locais e os turistas carecem de atrações.
A administração municipal ainda não conseguiu colocar esses locais em condições de uso novamente e, a considerar as dificuldades que enfrenta também para reparar o buraco do bairro da Barra, na Rua Marechal Deodoro, dificilmente essa situação mudará.
O presidente do Instituto de Estudos do Vale do Tietê (Inevat), o engenheiro Ismar Ferrari, vai mais longe ao afirmar que não será possível restabelecer o uso do Memorial por conta do descontrole sobre o Rio Tietê e da forte influência do governo do Estado nisso.
O fato é que há que se buscar alternativas para esses impasses, sobretudo porque o turismo é uma indústria de geração de renda e de postos de trabalho e inegavelmente Salto tem vocação para tal, haja vista o título que alcançou de estância turística.
O espetáculo “A Paixão de Cristo” mostrou uma consolidação que nem mesmo a Prefeitura esperava. Os números são fortes: 30 mil pessoas assistiram as apresentações no último final de semana. Um público três vezes maior que o esperado pelo governo.
Imaginem quantos mais poderiam ser atraídos para ver as apresentações em mais dias se o evento fosse utilizado como atração turística e fosse adaptado na cidade para isto, com a criação de um circuito de visitação que contemplasse o público e o privado.
Quem viesse poderia ser levado a conhecer as comunidades religiosas da cidade, os outros pontos turísticos que ainda funcionam, como o Monumento à Padroeira, e ainda o comércio de artigos ligados ao tema e, por fim, desfrutar de estadias em hotéis.
Salto tem boas opções ainda de restaurantes que podem entrar nesse roteiro, como “Na Fazenda”, que funciona na Fazenda Vesúvio, para manter o clima de interior, mas há outros, como Scallet e Caipirão. Enfim, basta alinhavar uma peça publicitária e vender.