Cidades

Interligadas

Vítima dos buracos

Pode parecer exagero, mas Salto é hoje uma cidade vítima dos buracos literalmente. Reportagem deste jornal na edição desta sexta-feira (28) mostra que o grande responsável por eles é o Saae. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto abre valetas e crateras e não fecha. Por isto, os cavaletes e cones passaram a integrar a paisagem local. Quando os buracos são fechados, o desnível é tal que assusta.

O vereador Cícero Landim (PL) apontou uma razão que gera muitas discussões. Ele disse que o superintendente da autarquia, Alisson Bressiano, não tem o comando necessário. Afirmou que o órgão está loteado. O executivo reagiu dizendo que o problema é um intervalo entre o fim do contrato de uma empresa terceirizada, responsável por tapar os buracos, e a contratação das substitutas.

Independentemente de qual seja a razão para a situação, em ambas há que se preocupar. Se falta comando, a Câmara precisa cobrar da Prefeitura que isto seja resolvido imediatamente. Uma autarquia da importância do Saae não pode estar à mercê de uma crise com essa razão. Se houve um intervalo, sabendo-se da necessidade dessa empresa, também houve falta de gestão.

É claro que se pode argumentar que a cidade e todo o país atravessaram o verão mais chuvoso em muitos anos e que o excesso de chuvas coloca mais dificuldade na manutenção. Mas há um dado que chama a atenção e que foi apresentado pelo próprio superintendente é que Salto tem hoje uma média de 15 vazamentos de água e esgoto por dia para resolver na cidade.

Ora, o número é muito alto, o que denuncia uma rede muito precária, que precisa não de reparos, mas de troca, ou então que os serviços de manutenção não estão sendo realizados com o padrão de qualidade necessários. Motoristas e pedestres denunciaram ao jornal que o serviço de fechamento dos buracos realmente é insuficiente. O susto que se tem com o desnível é inevitável.

Diante de tudo isto, ainda se tem o buraco da Barra, um problema que surgiu depois que a mureta de proteção do Rio Jundiaí, naquele bairro, desabou e parte do solo se perdeu com ela. Faz mais de um ano que o problema atormenta os moradores próximos e só agora começou a ser consertado, mas não há garantias que não ressurgirá. Afinal, do lado do bairro, na praça São João, já houve outro buraco.

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