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Tempo da poesia

Começa um novo ano, um novo ciclo, novas oportunidades de fazer ou refazer algo. 2023 se apresenta como uma esperança de que teremos dias melhores em diversas áreas da sociedade, uma expectativa que projetos saiam do papel e se transformem em conquistas pessoais ou coletivas. Particularmente, para este ano eu desejo que todos nós apreciemos o tempo. Isso mesmo!

Há algumas semanas li um texto que refletia sobre o tempo da poesia, uma leitura daquelas que incomodam no bom sentido, deixa a gente reflexivo e faz com que usemos os argumentos em diversas situações do cotidiano. Confesso ao amigo leitor e amiga leitora que não sou um bom apreciador de poesias, talvez por não saber ler com a dedicação que tal arte merece, dedicação e tempo. Admiro quem escreve, mas admiro também quem declama, quem lê com aquela emoção que parece que o próprio autor está ali encenando seu trabalho. Para que essa beleza aconteça é necessário tempo.

O mundo contemporâneo é um sugador de tempo, olho para meus filhos e vejo que estão prestes a completarem já três anos de vida, mesmo sendo um pai atencioso e completamente presente na vida deles, paro e penso: quanto tempo passo sem as crianças? Ou há quanto tempo não consigo sentar e apreciar uma música meditando em sua letra ou melodia? Há quanto tempo não passo horas lendo um romance, lendo reflexões filosóficas? Há quanto tempo não faço simplesmente nada, apenas apreciar o ócio? Pois é… qual o tempo da poesia?

Isso é muito individual, para mim o tempo da poesia era quando ligava para minha mãe todos os dias no horário do almoço e conversávamos sobre tudo, quando morávamos juntos e sentávamos para conversar enquanto ela preparava a janta. O tempo da poesia era acordar com cheiro de café preparado pela avó materna às cinco horas da manhã, ou deitar em seu colo quando criança para assistir TV, conversar e escutar suas histórias.

Há poesia também na casa da avó paterna quando prepara a mesa de café da tarde com goiabada derretida para passar no pão. Poesia quando tios, pais, filhos e primos se reuniam para jogar cartas no quintal da vó. Também se manifesta nas garrafas de vinho com os cunhados durante uma longa prosa e risadas ou no copo de chopp com amigos. Outra grande poesia é a criançada correndo e brincando pela casa, também está no tempo que passo com minha esposa conversando sobre a vida. Enfim, na verdade é tudo isso apenas o que importa.

Em 2023 desejo aos leitores e leitoras muito tempo, muita poesia, que apreciamos o tempo da poesia!

Um bom fim de semana a todos!

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